(Discernimento) Oração

Aonde chegares, podes orar. Como? Terás que o descobrir, porquanto será algo da tua intimidate. O Repórter, tem orado á Mãe Natureza, ao Pai Universo, de cujo casamento se forma a Grande Unidade.


(Oração em Comunhão | Jehoel)


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(São Miguel) Nove Janelas

Na outra banda da estrada, distende-se um aqueduto. Uma estranha ocorrência, porque a construção parece estar em continuado movimento, como se, de uma extremidade para a outra, fosse sempre saindo da terra para na terra reentrar, tipo um metropolitano à superfície que por uma curta distância, e meros segundos, aparece, veloz, para logo desaparecer nas entranhas de onde foi cuspido. Penso tratar-se do Muro das Nove Janelas, ou parte dele. É todo coberto de variada vegetação, como se esta se tivesse tornado a sua pele, supondo-o feito de solo e não de alvenaria.

 

(Nove Janelas, Jehoel)

 

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(Discernimento) Acima das Nuvens

Acima das Nuvens, o Vigia contempla. E o Grande Espírito se lhe sussurra: Porque meditas? Não medites! E se te dissesse que a meditação já está dentro de ti, fora de ti, está? Estás? Sê a Meditação.

 

(Acima das Nuvens, Jehoel)


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(Magoito) Como Pátina em Cobre Velho

Renteando as escarpas, caminhei. Pouco me havia afastado do Magoito quando, provavelmente convocado, fui detido a contemplar. Resisti, incônscio. Pareceu o horizonte incoerente e eu, pretensioso, resolvi registá-lo. Cônscio, desisti. Afinal estava coerente, portanto, despretencioso, seu rendi-me a adorá-lo. Como pátina em cobre velho, louvando um pano auriceleste, infusora, a distância raptou-me a alma, libertando-a do carcere egóico. Fabuloso, foi-se o eu, ficou o Ser, ecóico. Por instantes, amei.

 

 (Pano Auriceleste, Jehoel)


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(Discernimento) Segredo em Sossego

Sobre o problema de se alardear refúgios, levianamente. Um lugar deixa de ser secreto quando é propalado. Devassar é destruir. Revelar acontece, não se provoca. Mais silêncio, por favor. 


(Sossego, Jehoel)


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(Serra de Sintra) Endométreo Terreal

Bosque do Silêncio. Enterro os dedos na terra húmida. Trago duas mancheias ao nariz. Cheiro. O frescor do odor revitaliza. Joeiro, devolvendo ao solo. Examino as mãos sujas, crepitando do jorro de energia que bafam. Desponta aquela canícula ao peito, bem conhecida de poetas, viajantes e amantes. A morte gera a vida. Óbvia epifania. Folhas tombaram, ramos aboloreceram, troncos extinguiram, bichos exauriram. Sinto a genealogia das criaturas que pereceram, para gerar este húmus, endométrio terroso. É provável que se me tenha vertido uma lágrima invisível que, chovendo, regou o primacial substracto. Quão diferente seria o mundo se amassemos a Terra que pisamos, de onde viemos e para onde vamos? Amo-Te, sussurro. Levanto-me, os joelhos estalam. Uma lembrança de que, não sendo “velho”, para lá caminho, se lá chegar. É preciso que o Repórter morra, um dia, ou noite, para manter viva a vida. Se compreendêssemos isso, partiríamos sorrindo, depois de ter consagrado a nossa passagem a um propósito nobre, maior do que a vontade pessoal, aprumado com a Vontade Universal. Reassumo o voto: viver intensamente, prolífico e leal, para aquando da morte, adubar o terreno aos seres do porvir. A coruja pia. Auscultou-me os pensamentos, o tempo todo. Voa. Vou-me com ela.


(Endométrio Terrenal, Jehoel)


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(Discernimento) Vaguear, a Arte do Improviso

Vaguear é uma arte de improviso, não precisas de ter um rumo, basta-te estar, andando. A improvisação transpõe a lembrança do sucedido e a antevidência do porvir, com reverência e desapego, é vogar pelo devir em Presença.


(Estando... | Palácio da Pena, Sintra | Jehoel)


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(Almargem do Bispo) Com os Carris da Recta

Concorro com a soberba recta férrea, Linha do Oeste, que tendo começado na abordagem à Estação do Sabugo só terminará abeirando as extintas pedreiras da Pedra Furada. Aos deslados, o montado da Morelena, maná de bolotas semeáveis, e a Serra de Olelas, furada de grutas cenobíticas.

Almargem do Bispo. Transponho os limites oficiosos da região de Lisboa. Oficiosos porque na prática parece que adentrei o Portugal rural. Pelas melhores e piores razões.

Numa sopeteada paragem, encho o bucho de amoras, oferecidas por silvas donas de si próprias. Doçura em troca de arranhões, quão feminino. Banqueteio-me. A Natureza tal como ela é, abundosa. Reitero, quão feminino. Coube o fruto silvestre por ser Verão. Prazeres gustativos. Fosse primavera e estaria cercado por orlas de papoilas e boninas, num tingido bravio de vermelho e amarelo, Prazeres visuais. Eis do melhor.

Resguardo-me com os choupos. Ai vem! Espanhola para os amigos, Camelo para as amigas, a Automotora da Série 592. Tosse um bafo a diesel, que não se leva tanto a mal, atendendo à graça do risco alvo-e-flavo inculcado à paisagem. Aceno ao maquinista. Responde com a buzina grave, paquidérmica.

Retomando e prosseguindo, perturba a secura dos campos calvos e pisos fracturados. Sistematicamente roçados para render ração aos bovinos que, por ironia do seu destino, aguardam em lista de espera a vez no matadouro. Soubessem os bois e as vacas, eles e elas, estarem em ceva para a matança, revoltar-se-iam? Lembra-me algo, colateral. Enfim... Executam-se os bichos e esteriliza-se a terra que também é viva. Respira, ri e chora, no seu ciclo de mortes e renascimentos, o próprio saṃsāra. Interrompe-se a regeneração da constituição do solo, desertificando. Daí as gretas raiadas que calco, na sequidão, a espaços. O Ser (des)Humano conseguiu, nesta conturbada fase da sua pré-adolescência evolutiva, a macabra proeza de assassinar a Alma das coisas. Veremos que Lições lhe darão os Antepassados, perplexos com a fealdade descoroçoada da sua descendência. As reprimendas profiláticas já foram pespegadas. Baldadas perante a contumácia da famigerada espécie que, orgulhosa, apenas responde perante o seu ego. Isso quer dizer que a próxima abordagem será atroante. Portanto, aprontem-se e debandem os capazes de antevisão, pois o edifício vai ser derruído aos caboucos e os escombros incineradas, para se garantir um recomeço de raiz. Eis do pior.

À vista, tenho Alfouvar com o cinematográfico Centro de Satélites de Sintra. São dezenas de antenas parabólicas, graúdas e miúdas, que competindo com as monoculturas de girassol, emprestam estímulo à imaginação. Estarão ali para estabelecer contacto com seres extraterrestres? Se for o caso, tratar-se-à de ignorância ou ingenuidade. Primeiro, são entidades interdimensionais, manes, pervagam todo o lado, subtilmente, e caber-nos-ia recuperar uma espécie de Esperanto Espiritual, para coloquiar, requisitar e receber ensinamentos. Segundo, e corolário, já trazemos antenas connosco, não carecendo adquirir e operar dispositivos externos para o efeito em causa.

Continuo. E como não tem de haver um móbil estabelecido para me mover, uma vez que sou Movido, continuo, simplesmente.


(Espanhola ou Camelo?, Jehoel)

 

   

(Secura Férrea, Jehoel)


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(Discernimento) Integrar a Moção

Viajar é integrares-te de corpo e alma na Moção, abrires-te, mesmo quando ensimesmado tens a Sensação, iludente, de estares parado.


(Moção na Ilusão de Estagnação, Jehoel)


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